Nascida em Ávila, na Espanha, Santa Teresa sentiu-se, desde a mais tenra
infância, abrasada de desejo do martyrio. Aos dezoito anos entrou para o
convento de Santa Maria do Monte Carmelo e consagrou-se ao Cristo a quem
escolhera por esposo (Ep.). Devorada pelas chamas do amor divino, escrevia:
Como a alma arrebatada sente neste corpo o cativeiro e a miséria da vida!
Considera-se qual escrava, vendida em terra estranha e, o que lhe é mais
amargo é ver, de todos os lados, o amor apaixonado que prende à vida, e tão
poucos exilados que, à sua semelhança, gemem e pedem o fim do desterro. A
conselho de Jesus, pronunciou a Santa o voto tão difícil de fazer sempre o que
julgasse mais perfeito. Na oração atingiu o mais elevado grau da vida mystica
e aí encontrou luzes tão vivas sobre as coisas divinas (Or.) que valeram aos
seus trabalhos, da parte dos Papas Gregorio XV e Urbano VII, o augusto título
de Doutora da Igreja, jamais outorgado a outra mulher. A oração mais bem feita
e agradável a Deus, escrevia ela, é a que deixa melhores efeitos,
manifestando-se pelas obras, e não o gozo que somente produz a satisfação
propria. A acção dessa humilde virgem, que converteu milhares de almas, prova
assaz o papel preponderante da vida contemplativa, provindo do facto de ser
dirigida directamente a Deus, autor de todo bem. Morreu por efeito do amor
divino a 5-15 de Outubro de 1582.
Exáudi nos, Deus, salutáris noster: ut, sicut de beátæ Terésiæ Vírginis tuæ festivitáte gaudémus; ita cœléstis ejus doctrínæ pábulo nutriámur, et piæ devotiónis erudiámur affectu. Per Dóminum nostrum…
Ouvi-nos, ó Deus, nosso Salvador, a fim de que, assim como nos alegramos na festa da vossa B. Virgem Teresa, assim também sejamos sustentados com o pão da sua celestial doutrina e Consigamos alcançar os afectos da sua piedosa devoção. Por nosso Senhor…